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Simone Zucato, atriz, médica e produtora fala de sua experiência em arte e saúde!


Batemos um papo com a atriz Simone Zucato que ganhou popularidade quando idealizou, produziu e atuou na peça “A Toca do Coelho”, grande sucesso da Broadway da qual adquiriu os direitos em 2009, e esteve em cartaz por dois anos nos palcos brasileiros, de 2013 a 2015.

Ao lado de Simone no elenco, estavam nomes como Reynaldo Gianecchini, Maria Fernanda Cândido, Selma Egrei e o estreante Felipe Hintze, escolhido por Simone e pela direção após uma audição com mais de mil atores. A direção era assinada por Dan Stulbach.



No ano passado, Simone esteve no elenco da novela “O Sétimo Guardião” como a beata Liliane, personagem escrita por Aguinaldo Silva para homenagear a atriz Lilia Cabral pela personagem Amorzinho, em Tieta. Liliane era uma beata fogosa que fazia parte do séquito de Mirtes Aranha, interpretada por Elizabeth Savala, ao lado de Paulo Miklos, Inês Pereira e Talita Fucho. Nesse mesmo núcleo, Simone contracenou com os colegas Ailton Graça e Leopoldo Pacheco.

Recentemente a bela testou positivo para o Covid-19, mas já está curada e compartilha aqui na Plástica e Forma como foi a experiência. Vamos conferir?

1 - Além de ser Atriz você é médica, passou pela experiência e foi curada do Covid-19, que dicas de superação você pode compartilhar com nossas leitoras e o que deu certo pra você?

Olha, estar frente a uma doença da qual ainda não conhecem muito, pode assustar qualquer pessoa. Mas, precisamos manter a calma caso os sintomas apareçam. É preciso em primeiro lugar, ter consciência que só se deve procurar um hospital caso a febre permaneça por vários dias ou se tenha dificuldade para respirar. Caso contrário, a recomendação é que a pessoa fique em casa, em repouso, se alimente bem, se hidrate bem, tome apenas a medicação para febre e caso esteja com outras pessoas em casa, fique isolada e tenha seus objetos isolados dos demais.

2- Neste momento de confinamento muitas pessoas estão perdendo a paz, o que você pratica para manter a mente saudável?

Eu faço atividade física diariamente dentro da minha casa - musculação, exercícios aeróbicos e aula de dança - e também medito bastante. Ler bons livros, maratonar series, cozinhar também ajuda.

3- Você gosta de cozinhar, quais receitas você gosta de preparar?

Eu gosto de preparar receitas da minha mãe. Ultimamente não tenho preparado nada com carne, tenho tentado usar apenas frutas, legumes e verduras no que cozinho. Faço bolos - com cobertura sempre, faço risotos, tortas, massas. Sou bem eclética na cozinha.

4- Quais os protocolos que você daria às nossas leitoras para prevenção contra Corona vírus?

A dica que eu dou é para que as pessoas fiquem em casa, evitem sair ao máximo, use os protocolos de higienização corretamente, os protocolos de proteção com máscaras, luvas, se alimentem bem, se hidratem e tomem sol.

5- Você está começando pré-produção de uma peça sobre Autismo por qual motivo você escolheu este tema para encenar?

Sim! Assisti a peça em 2012 na Broadway e me encantei pela história. Comprei os direitos autorais para encená-la no Brasil. Trata-se de uma história que tem como tema principal uma condição que vem sendo cada vez mais incidente no mundo, que é o autismo. E é preciso falar sobre isso, é essencial que levemos informação ao público e que tenhamos um papel auxiliador nas vidas dessas famílias.

6- Quais são as dificuldades de produzir teatro no Brasil?

Estamos passando por tempos muito difíceis, nos quais as pessoas já não saíam de suas casas para irem ao teatro e a agora com essa pandemia, sairão menos ainda. Antes vem as contas para pagar e o teatro acaba ficando lá embaixo na lista de prioridades de uma família nos dias de hoje, e agora teremos o medo de aglomerações também. Então estou falando da dificuldade em trazer o público para o teatro, das dificuldades que a classe artística vem enfrentando em relação á patrocínio de peças. É muito fácil falar que se tem público quando já se tem um nome forte no mercado - e me refiro a um nome conhecido, que esteja sempre na televisão - assim como também é bem mais fácil conseguir patrocínio de empresas quando se tem esse nome. Mas a grande maioria dos atores não tem esse nome e a grande maioria dos elencos de produções teatrais não tem um nome forte e aí acaba que temos que bancar tudo do próprio bolso, e se você não tem nenhum nome que chame público, por melhor que a peça seja, é muito difícil você lotar teatro hoje em dia. Minha última produção, SYLVIA, tem 34 pessoas na equipe. Paguei absolutamente tudo do meu bolso por três meses e meio e ficamos seis meses em temporada. Todos tinham salário. Eu, em seis meses de trabalho em SYLVIA, não ganhei um real sequer. Apenas investi, porque acredito que fazer arte assim é um investimento na cultura do país, é um investimento nas carreiras dos envolvidos e também porque se eu não fizesse, teria que abrir mão de um projeto no qual acredito. Mas a conta fica no vermelho para mim, que sou produtora. E assim tem sido para a grande maioria dos produtores. Hoje em dia, as peças não conseguem mais ficar muito tempo em cartaz. Nos últimos meses tenho ouvido falar sobre produções que tiveram que encurtar ou cancelar a temporada por falta de condições para manter a peça. Isso é muito, muito triste. O teatro emprega muitas famílias, alimenta o turismo, sem falar da importância da arte e da cultura na educação de um povo. Então, os patrocinadores devem entender que apesar do elenco, o show não pode parar. Que não importa se a peça seja uma comédia ou um drama, e sim a relevância do que ela quer passar. Hoje, é muito difícil produzir um drama no Brasil. As pessoas dizem que a vida já está muito difícil para se ver mais sofrimento no teatro, e por isso muitas vezes optam por assistir uma comédia ou teatro musical ao invés de assistIr um drama. E o drama fala de coisas que vivenciamos, de temas importantes e muitas vezes tem um alívio cômico. Uma peça que fala sobre autismo é sim considerada “pesada” para muitos patrocinadores. Mas é essencial falar sobre esse assunto não só no Brasil, mas no mundo. Independentemente do gênero, o bom teatro sempre faz uma coisa que é crucial: ele faz o público sair do teatro pensando sobre o que viu. E é isso que eu quero. Eu quero que as pessoas saiam dessa peça entendendo melhor sobre o autismo, entendendo o que pode ser feito para ajudar tanto o autista quanto a sua família. E por fim, o público também deve entender que o que importa é a história que está sendo contada, e não o ator conhecido de televisão que está contando aquela história.

7- Você busca patrocínio da iniciativa privada para este projeto? Conte mais sobre ele?

O projeto está inscrito nas leis de incentivo e, sim, além de eu ter as pessoas responsáveis pela captação de recursos, eu também bato de porta em porta, apresentando o projeto, falando sobre a importância de se falar sobre o autismo e pedindo patrocínio. Nem sempre você consegue falar com quem deveria falar, mas eu faço o que posso para fazer com que o projeto chegue às mãos da pessoa responsável.

Fotos Arquivo Pessoal

@simonezucato

@marciadornellescomunicacao







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